Na minha leitura diária dos sites de content marketing pelo mundo afora, me deparei nesta manhã com dois artigos distintos que tocam no mesmo ponto: mensuração de resultados.
Em princípio, não os usaria como fonte para a curadoria de conteúdo para a Tracto porque são posts opinativos. Normalmente prefiro aqueles que trazem uma enxurrada de dados. No entanto, combinados, eles levam a uma reflexão interessante.
Num passado não muito distante, a falta de números era o grande problema de um profissional de marketing na hora de mensurar os resultados dos esforços de conteúdo. Hoje, é o inverso. Segundo a Forbes, são gerados 2,5 quintilhões de dados todos os dias. Para você não se perder, a sequência é esta: milhão, trilhão, quadrilhão, quintilhão. Ou seja, há números demais.
E aí vem o primeiro gráfico deste post, de autoria da Domo, que mostra o volume de dados gerados a cada minuto na internet em 2017.

São dados demais, o que pode levar à falta de foco. É esse o alerta dado por David Brock, fundador da consultoria Excellence e autor de livros, em artigo publicado no site Business2Community, em novembro de 2019, cujo print da manchete você vê abaixo.

Eis o que argumenta David:
“Nós medimos tudo o que podemos. Rastreamos os números ao longo do tempo, observando se sobem, descem ou se ficam inalterados. Nossos computadores são preenchidos com dashboards, postamos números-chave e gráficos nas paredes e nas salas de conferências. Somos todos números e números! Mas o que eles significam? O que há por trás dos números? O que está aconteceu para gerar esses números? E, mais importante, o que podemos fazer a respeito?”
Talvez as empresas tenham, mais uma vez, descoberto que o problema nunca foi a falta de números — tampouco o excesso deles —, mas a pouca habilidade das pessoas com a tomada de decisão.
O livro Content Marketing Masterclass foi lançado em setembro deste ano e está disponível nas versões impressa e Kindle. São 52 aulas transformadas em 52 capítulos.
Aplicando essa realidade a content marketing, pouco tempo atrás conversei com Joe Pulizzi, autor dos best-sellers Epic Content Marketing e Killing Marketing, entre outros livros. Falamos sobre automação de marketing e Joe deu uma opinião muito parecida com a de David: “essas ferramentas apenas geram dados. O que importa é o que você vai fazer com esses dados”. Conclusão: o problema de interpretação dos dados não reside apenas nos times de marketing digital. Ele desce para áreas mais específicas, como content e inbound marketing também.
Para encerrar, a terceira e mais divertida imagem. Eu a encontrei no Top Rank Blog. É uma tirinha do Marketoonist, que resume tudo o que foi dito neste post. Tomei a liberdade de traduzir livremente para o português.

Takeaways
Até recentemente, a falta de dados era o grande problema da marketing. Hoje, o excesso de dados revela que o problema é outro. As empresas continuam sentindo falta de gestores capazes de usar as métricas para tomar decisões, e não para enfeitar dashboards.