Quando uma empresa lança um podcast baseado em entrevistas, é frequente a participação de executivos da própria empresa nas gravações. Essa prática é vantajosa pois, atuando como porta-vozes, eles demonstram a expertise da empresa em determinadas áreas. Além disso, permite desenvolver relacionamentos com os entrevistados.
Em relação à produção, selecionar os convidados ideais, estabelecer contato, fazer o convite e organizar a gravação — seja de forma remota ou presencial — demanda um esforço considerável.
Com base na nossa experiência, na Tracto, encontrar um horário na agenda do convidado externo é apenas parte do desafio. Uma grande dificuldade adicional é conseguir espaços nas agendas dos gestores da empresa proprietária do podcast.
É uma questão matemática.
Considerando um podcast empresarial quinzenal — o que representa uma boa frequência, com episódios alternados entre as semanas — haverá, em um ano de 52 semanas, um total de 26 episódios. Isso significa a necessidade de encontrar 26 espaços nas agendas dos executivos.
O problema está no fato de eles serem pessoas ocupadas. Tomemos como exemplo os CEOs, uma vez que há mais dados disponíveis sobre a rotina deles. A Korn Ferry, empresa global de consultoria em recrutamento, entrevistou mais de mil CEOs globalmente e constatou que, em média, eles dedicam 62 horas semanais ao trabalho. Sim, trabalham bastante.
O problema é que essas horas estão sempre ocupadas. Dados do estudo “PwC Global CEO Survey 2023“, de 2023, indicam que os CEOs dedicam, grosso modo, 40% de seu tempo a reuniões, 20% a viagens e 10% a interações com stakeholders.
Restam, então, 30% de sua agenda, que ainda é ocupada por atividades operacionais, respostas a e-mails e outras tarefas. É por esse percentual residual que a agenda do podcast precisa competir.
Por analogia, pode-se inferir que a situação para outros cargos de direção (conhecidos como C-level), tais como CMO, CIO, CTO, CFO, CHO, CCO, entre outros, não é muito diferente.
Como solucionar essa questão?
A solução ideal envolve formar um grupo de colaboradores aptos a gravar o podcast. Podem ser diretores, gerentes ou até mesmo analistas que se saiam bem diante do microfone. Normalmente, nas empresas com as quais trabalhamos na Tracto, há entre quatro a seis pessoas designadas para essa tarefa.
É uma quantidade adequada, pois aumenta as opções de agendas e, simultaneamente, permite que um mesmo colaborador participe de diversos episódios ao longo do ano. Com a repetição, ele tende a aprimorar suas habilidades como podcaster corporativo.