Email não pode mais ser pensado para computadores. Trata-se de uma comunicação hoje muito mais presente em telas de celulares. O problema é que a gente gosta de pensar no email como uma forma de comunicação para desktops. Só que os dados mostram que não é.
Números de março de 2019 da Adestra indicam que 62% dos emails são abertos em celulares em âmbito mundial. Os aplicativos mais usados são iPhone (responsável por 35% do total de aberturas de emails no mundo), iPad (19%) e Android (8%). A título de curiosidade, em computadores, a liderança é do Gmail (26% do total, seja mobile ou desktop), seguido por Outlook (8%) e AOL (1%).
É fácil entender por que as pessoas abrem mais email em seus celulares. O gráfico abaixo, gerado pelo Statcounter, diz respeito especificamente ao Brasil. A linha roxa mostra o market share de computadores entre janeiro de 2009 e março de 2020. A verde se refere a dispositivos móveis no mesmo período.

Essa tendência não é apenas nacional. É mundial também. Em 2016, eram 2,5 bilhões de donos de celulares no planeta segundo o Statista. Em 2019, saltou para 3,2 bilhões. Um crescimento de 28%. Para 2021, projeta-se um novo crescimento de 8,5%.

Isso explica por que as pessoas abrem mais email em celular do que em computador.
Mas e daí? O que nós, profissionais de content marketing, precisamos fazer a respeito?
É simples: temos de estar atentos às mudanças e, mais do que isso, nos adaptarmos a elas.
Os hábitos das pessoas em relação aos emails vêm mudando — e não é de hoje. Você talvez não saiba, mas o email não surgiu na década de 1990, como é natural a gente supor. Ele veio ao mundo muito antes disso, em 1971. E a primeira newsletter data de 1978, como mostra o infográfico abaixo, da Smart Insights (clique para vê-lo ampliado em seu endereço original).
De lá para cá, houve uma revolução tecnológica que dispensa descrição. Mas a conclusão é extremista e, portanto, óbvia: a forma como alguém lia emails em 1971 não era a mesma de 1995, que não era a mesma de 2005, que não é a mesma de hoje.
Daí vem a provocação: por que ainda insistimos em pensar nas pessoas lendo nossos emails somente na tela do computador? Por que, quando redigimos, não projetamos em nossas mentes pelo menos o leitor híbrido, que oscila entre as duas telas, ora do celular, ora do computador, como a pesquisa da Adestra indica que ele faz?
O livro Content Marketing Masterclass foi lançado em setembro deste ano e está disponível nas versões impressa e Kindle. São 52 aulas transformadas em 52 capítulos.
O argumento de um post do Business2Community, que, aliás, inspirou este post, é muito convincente:
“Hoje, os profissionais de marketing não têm ideia de onde uma pessoa que recebe seus emails pode estar quando eles abrem a mensagem, que tipo de rede social frequentam ou que outras coisas podem estar desviando sua atenção.”
Portanto, quando programar um call-to-action no email, pare de raciocinar da mesma forma como você fazia cinco, dez ou 15 anos atrás. Pense em sua newsletter, email marketing ou mesmo email pessoal mais como um primo de segundo grau do WhatsApp. Isso vale para tudo: tamanho de texto, disposição de link, layout e outros elementos.
O email não envelhece. O que envelhece é a mentalidade de quem não está atento às mudanças.
Takeaways
O hábito de leitura de emails vêm mudando há cinco décadas, quando o primeiro email foi criado. Hoje, as pessoas leem muito mais esse tipo de mensagem em celulares do que em computadores. É preciso mudar a forma como os emails são produzidos para que se adaptem ao novo leitor.
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Você pode ouvir o conteúdo deste post no episódio #184 do podcast Takeaways.
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