Não existem dados conclusivos sobre a periodicidade ideal de podcasts de empresas, de modo que não existe uma resposta definitiva. Mas, com base em nossa experiência na Tracto, é possível trazermos uma resposta consistente.
Seria compreensível supor que, quanto mais episódios publicados, melhor. Mas não é assim. Um dado interessante numa das palestras de abertura do Content Marketing World de 2015. Na época, os blogs eram a bola da vez dentro no marketing das empresas.
O palestrante, Andy Crestodina mostrou o caso de uma empresa dele publicava um post por dia, de segunda a sexta-feira. Após alguns meses, ao analisar os dados, o gestor dessa empresa notou que, dos cinco episódios semanais, somente dois costumavam ter boa audiência. Os outros três ficavam muito, mas muito aquém. Resultado: a empresa passou a ser mais seletiva na escolha das pautas e a publicar apenas dois posts por semana. Produtividade pura.
Em outra edição do mesmo evento, conversei sobre com Jay Baer, renomado palestrante e autor de diversos best-sellers sobre marketing. “No passado, achávamos que conteúdo era um jogo de volume. Mas, em certo momento, aprendemos que é muito mais uma questão de produzir a quantidade ideal de conteúdo, mas com alta qualidade”, explicou ele.
É esse o princípio que devemos aplicar aos podcasts empresariais na hora de definir a periodicidade. Vamos, então, analisar as opções disponíveis, com as que consideramos mais adequadas primeiro — na nossa opinião, é claro.
Ideal: semanal ou quinzenal
Normalmente, os podcasts de empresas têm um formato de conversa, podendo ser entrevista ou mesa redonda. Em ambos os casos, há a necessidade de conciliar as agendas de pessoas internas ou externas, o que costuma ser um desafio, como explicamos neste post.
Publicar um episódio toda semana ou alternadamente (semana, sim; semana, não) depende do quanto a empresa consegue se dedicar a essa atividade — seja com time próprio ou agências.
Vejamos alguns exemplos.
O DoTheMATH, de propriedade do MATH Group, é semanal. Já passou dos 100 episódios e consegue manter uma relevância enorme dos entrevistados.
Nós mesmos temos na Tracto o Quarto Ato, também baseado em entrevistas. É semanal e se aproxima do 200º episeodio.
Para garantirem a regularidade na publicação, outras empresas preferem um calendário quinzenal. Caso do Robert Half Talks, da Robert Half:
Uma recomendação frequente é começar quinzenal e, à medida que pega o ritmo, passar para semanal. É sempre melhor do que o contrário.
Possível: diário
Algumas empresas optam por publicar episódios todos os dias. Para isso, elas precisam se certificar de que terão conteúdo relevante todos os dias, o que não é fácil.
Uma ideia que pode funcionar bem é fazer análises de mercado, que se atualizam todos os dias. O Itaú Morning Call é um bom exemplo disso. São boletins diários, de cerca de 4 minutos, analisando o que acontece no mercado financeiro.
A dinâmica desse tipo de podcast se parece com a de um site de notícias. Por isso mesmo, exige um esforço enorme. É preciso que alguém acompanhe em tempo integral o que acontece no mercado e se discipline a gravar um boletim toda manhã. No caso do Itaú, os economistas Pedro Renault e Lorena Dourado se revezam nessa função.
Questionável: mensal
Não há nada de errado com podcasts que têm episódios mensais. Eles são uma opção, sim, mas é preciso ter em mente dois pontos. O primeiro é que o podcast busca a formação de um público fiel e segmentado. Publicações mensais podem significar um processo moroso demais para formação de uma audiência. Segundo: você concorre pela atenção do ouvinte com milhares de outros podcasts.
A lógica é simples: com apenas um episódio por mês, o público tem menos contato com o conteúdo e pode acabar de certa maneira se esquecendo dele.
Este artigo foi originalmente publicado em 24 de março de 2020 e vem sendo constantemente atualizado e enriquecido desde então.