Terminei recentemente a leitura do livro SEO 2019, do americano Adam Clarke, e um trecho logo no primeiro capítulo chama a atenção. O autor lista os dez fatores que mais pesam para efeito de ranqueamento orgânico no Google — ou seja, SEO.

O livro é publicado desde 2013, com uma nova edição todo ano porque o Google muda seus algoritmos a todo momento. A lista de Clarke na edição de 2019 foi baseada em dois estudos de sites especializados em SEO e muito confiáveis. O principal deles é do Search Metrics e foi atualizado em 2018. O outro estudo, de 2015, é do MOZ.
Apresento a seguir a lista com meus comentários por ordem de surpresa, do mais esperado para o mais surpreendente.
- Conteúdo: o próprio Google não se cansa de dizer que conteúdo é o fator mais relevante, especialmente desde que o RankBrain — inteligência artificial — foi implantado, em 2015.
- Backlinks, que são os links de outros sites apontando para o seu, pesam tanto quanto conteúdo. Quem disse isso foi Andrey Lipattsev, estrategista sênior de qualidade de busca do Google na Irlanda, neste webinar.
- Tempo médio de permanência no site, o que indica para o Google que o usuário consumiu o conteúdo oferecido por ele.
- Taxa de rejeição, que é um termo muitas vezes mal interpretado. Ele indica, na verdade, o número de usuários que entraram no site e visitaram uma única página. Ou seja, não navegaram por nenhuma outra além daquela página por onde eles entraram no site. Portanto, quanto menor a taxa de rejeição, melhor.
- Taxa de cliques, que é o resultado de uma conta simples. Divida o número de vezes que as pessoas clicaram no seu site nos resultados de buscas pelo número de vezes que as pessoas viram (mas não clicaram) o seu site nos resultados de buscas do Google. Pronto: você terá a taxa de cliques.
- Protocolo de segurança: até pouco tempo, esse detalhe passava despercebido. Sites que estiverem em dia com certificados SSL oferecem navegação segura aos seus usuários, e hoje o Google considera esse fator no ranqueamento.
- Links internos do seu site para o seu próprio site ajudam o Google a entender quais artigos são considerados importantes por você. Por exemplo, no início deste post, fiz link nas palavras “SEO” e “RankBrain” para artigos da própria Tracto. Desta forma, estou indicando para o Google que aquelas páginas têm importância em minha hierarquia de conteúdo. Ainda assim, eu pensava que esta fosse apenas uma boa prática de SEO. Confesso que não sabia se tratar de um dos dez critérios mais importantes.
- Atividade em redes sociais: aqui vem a primeira grande surpresa da lista — pelo menos para mim. Se Facebook, LinkedIn, Twitter e outras redes têm boa parte de seu conteúdo fechado por senha, como o Google consegue rastrear o que é dito por lá? Bem, há tempos, o Google tem tecnologia suficiente para perceber que uma página é compartilhada muitas vezes em redes sociais e identificar que o tráfego vem dessas redes para um site. Ele apenas passou a considerar isso um fator de relevância na hora de ranquear os sites. Interessante, não?
- Quantidade de imagens na página conta também. Se me dissessem isso, eu duvidaria. Mas li no livro e confirmei depois de baixar a pesquisa. Desconfio que seu peso seja muito menor do que o de conteúdo ou backlinks, mas faz alguma diferença, sim. Qual a lógica? Bem, o Google defende a boa experiência do usuário. E imagens ajuda. Mas veja: isso não significa que você deva encher seus posts de imagens sem necessidade. O livro se refere às imagens da página como um todo. Portanto, aquele header e o logo que aparecem lá no alto e o banner da coluna da direita já contam como imagem. Vale a página como um todo.
- Tamanho da fonte usada para o conteúdo: acredite, isso conta. Mas diz respeito especificamente à fonte do corpo do texto do post, artigo ou equivalente. Custei a entender por que isso faria diferença e a explicação mais plausível que encontrei em debates na web está no mobile. Sites que usarem fontes pequenas demais para leitura no celular perdem pontos em SEO. Faz sentido, não?
Alerta de perigo
Há um ponto que me incomoda ao publicar este tipo de post. Eu tenho medo de ser leviano — e até irresponsável — porque posso dar a entender que estes dez tópicos são os únicos que importam em SEO.
Isso não é verdade.
Recomendo a leitura do livro SEO 2019 (disponível apenas em inglês), que afirma que a quantidade de variáveis de SEO está na casa dos milhares. Seria loucura ignorar tantos outros elementos importantes, como E-A-T, velocidade de carregamento da página, palavras-chave e outros.
O livro Content Marketing Masterclass foi lançado em setembro deste ano e está disponível nas versões impressa e Kindle. São 52 aulas transformadas em 52 capítulos.
Takeaways
Conteúdo e backlinks são os fatores mais importantes para SEO, como se sabe. Mas o livro SEO 2019 lista outros oito elementos: tempo médio na página, taxa de rejeição, taxa de cliques, SSL, links internos, redes sociais, imagens e até tamanho da fonte do texto.
Ouça este post
Você pode ouvir o conteúdo deste post no episódio #133 do podcast Takeaways.
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Sobre o autor: Cassio Politi é fundador da Tracto. Implantou programas de content marketing em empresas do Brasil e em multionacionais. Autor do primeiro livro em língua portuguesa sobre content marketing, publicado em 2013, é o único sul-americano a compor o seleto júri do Content Marketing Awards. Desde 2016, é palestrante em eventos no Brasil e no Exterior, normalmente apresentando cases bem-sucedidos de seus clientes.