As redes sociais estão aí para as marcas se aproximarem de seus públicos por meio da geração de conteúdo relevante. Ou, então, o inverso: se distanciarem deles publicando conteúdo desastroso. Selecionamos 12 deslizes de marcas em 2012 nas redes sociais. Aprenda com eles e, em alguns casos, divirta-se.
Vodca Belvedere
A peça abaixo foi produzida pela agência Arnell Group e veiculada no Twitter e na fan page da vodca Belvedere no Facebook. A imagem de uma mulher assustada sendo agarrada por um homem sorrindo maliciosamente é coberta pela seguinte frase: “Ao contrário de algumas pessoas, Belvedere sempre desce suavemente”. A alusão a estupro deixou os internautas perplexos. A direção da empresa precisou pedir desculpas publicamente.
Halls
Esse post de Halls na fan page brasileira da marca no Facebook é voltada para jovens de 18 a 24 anos. Normalmente, os posts abordam temas ligados a baladas, com linguagem adequada a esse público. Mas trair a confiança de um amigo é um comportamento inaceitável, sobretudo entre homens. Por isso, a publicação foi duramente criticada nos comentários.
McDonald’s
O McDonald’s adotou a hashtag #McDStories para promover o conteúdo de seus fornecedores e falar de ingredientes de seus alimentos. Acontece que os consumidores passaram a usar a tag para reclamar da qualidade dos serviços e produtos do McDonald’s. Basta fazer uma busca por #McDStories no Twitter para constatar o tamanho da encrenca.
No exemplo abaixo, uma consumidora disse: “Uma vez entrei num McDonald’s e pude sentir o cheiro de diabetes tipo 2 flutuando no ar e então vomitei. #McDStories“.
Adidas
O McDonald’s não foi o único a ter problemas com a promoção baseada em hashtags. A Adidas criou algo similar. Por meio da tag #AskStevieG, fãs poderiam fazer perguntas a Steven Gerrard, jogador de futebol do Liverpool. Muitos, no entanto, fizeram perguntas embaraçosas, como um caso em que foi acusado de agredir uma pessoa por motivos fúteis e sobre o um suposto desejo de ser vendido a outro clube — ele é visto como um atleta fiel ao Liverpool.
Snickers
Em janeiro de 2012, a marca de chocolates Snickers contratou celebridades que tivessem conta no Twitter para realizar uma campanha no Reino Unido. Um desses famosos era Katie Price (@MissKatiePrice). A modelo inglesa subitamente começou a tuitar sobre problemas econômicos, usando termos rebuscados de economês. Foram quatro tuítes assim.
Os mais de 1,5 milhão de seguidores chegaram a pensar que sua conta tivesse sido invadida. Até que o quinto tuíte revelou se tratar de uma campanha: “Você não é você quando está com fome“.
Um link nesse quinto tuíte apontava para uma foto em que Katie comia um Snickers.
Os seguidores se sentiram enganados. Ficaram furiosos e chegaram a reclamar para as autoridades britânicas da pegadinha publicitária.
Nike
Se a entidade regulatória de propaganda do Reino Unido, a Advertising Standards Authority (ASA), não puniu o Snickers, o rigor com a Nike foi diferente. A campanha da fabricante de materiais esportivos foi banida do Twitter. O motivo: usou conteúdo disfarçado de propaganda ao pedir aos jogadores Wayne Rooney e Jack Wilshere que promovessem a campanha intitulada Make it Count.
Urban Outfitters
Várias empresas foram criticadas por tentar tirar proveito comercial do ciclone tropical Sandy, que atingiu Nova York em novembro. Algumas tiveram o cuidado de usar alertas como Stay safe (no sentido de fique seguro, proteja-se). Mas a gigante varejista Urban Outfitters pareceu pouco sensibilizada. Além de promover o envio gratuito de mercadoria, usou a hashtag #ALLSOGGY — que significa tudo encharcado.
Sandy
Não foram só as marcas que trocaram os pés pelas mãos durante o Sandy. Shanshank Tripathi, analista do mercado financeiro e consultor político, usou sua conta no Twitter (@ComfortablySmug) para informar e comentar sobre o ciclone. Entre os tuítes, havia informações falsas, como a prisão do governador de Nova York, o alagamento da bolsa de valores em Wall Street e o anúncio de que a ilha de Manhattan ficaria completamente sem energia elétrica.
Resultado: órgãos de imprensa de peso, como a CNN, chegaram a usar essas informações incorretas. A falta de zelo custou a Tripathi o emprego.
Conselho de Turismo da Suécia
A ideia do Conselho de Turismo da Suécia é inovadora e ousada. A cada semana, um cidadão comum assume o controle da conta @sweden no Twitter. Até aqui, o rodízio resultou em quase todos os usuários celebrando as belezas daquele país. Quase todos. Dois deles fugiram ao propósito do programa e escreveram como se estivessem em suas contas pessoais.
O primeiro caso aconteceu em junho, quando Sonja Abrahamsson, o cidadão escolhido na semana, postou mensagens antissemitas para discutir questões religiosas.
“No lugar de onde eu venho, não há judeus. Acho que são uma religião. Mas por que há nazistas falando sobre raças? É uma questão de sangue (para eles)?”
Sete minutos depois, um novo tuíte pedindo desculpas, mas insistindo no tema:
“Sinto muito se alguns de vocês consideraram ofensiva a questão. Esse não foi o meu propósito. Eu só não entendo por que algumas pessoas odeiam tanto os judeus.”
Semanas depois, foi a vez da usuária identificada apenas como Jenny sair da linha, como mostra a mensagem abaixo. O tuíte, aparentemente uma brincadeira, repetiu dezenas de vezes o mesmo palavrão. Se você não souber o que significa fuck, dê um pulo até o dicionário inglês-português do Google, que pode esclarecer.
Apesar dos problemas, o programa de rodízio no Twitter continua.
KitchenAid
Alguém da equipe de comunicação provavelmente se confundiu e postou na conta da fabricante de eletrodomésticos KitchenAid algo que deveria ter saído em seu perfil pessoal. Em pleno período de eleição presidencial nos Estados Unidos, eis o que apareceu na conta oficial da empresa (@KitchenAidUSA): “A avó do Obama sabia que ele seria muito ruim. Ela morreu 3 dias antes de ele se eleger presidente“.
O tuíte foi rapidamente deletado, o que não evitou que se espalhasse pela rede. Cynthia Soledad, diretora da empresa, pediu desculpas publicamente e anunciou o afastamento da pessoa responsável pela postagem desastrada.
Odeon
Matt Pledger, morador de Wolverhampton, foi a um cinema da rede Odeon na Inglaterra. Achou caro o ingresso comparado à qualidade dos serviços na confeitaria e na sala de cinema. Decidiu, então, reclamar no Facebook. Tudo isso numa sexta-feira que era feriado no Reino Unido. De folga, os funcionários não responderam imediatamente. Em poucos dias, o post recebeu mais de 165 mil curtidas e 14 mil comentários.
AT&T
A gigante de telefonia dos Estados Unidos praticou SPAM no Twitter. O perfil @att foi flagrado enviando mensagens repetidamente para promover o evento de basquete NCAA‘s March Madness. O caso veio à tona pelo blog norte-americano HubSpot. A marcação em laranja na imagem abaixo indica que os tuítes foram inseridos em curtos espaços de tempo.
O erro poderia ter gerado sérios problemas para a AT&T. Na página de regras do Twitter, são claramente proibidas as práticas de SPAM, sob pena de ter a conta suspensa.
Metade dos casos e das imagens usadas nesta matéria foi retirada da coletânea feita pelo Econsultancy, do Reino Unido. A outra metade se baseou em matérias publicadas pela própria Tracto ao longo do ano.∞