Profissionais de comunicação usam — ou deveriam usar — palavras-chave no conteúdo online que produzem. Em quatro etapas, entenda como proporcionar ao site mais visibilidade em mecanismos de busca, como Google, Bing e outros.
1. Contexto
O ponto de partida é entendeer como o usuário navega. A professora da PUC Lucia Santaella divide-os em três grupos:
- Errante: Exploração aleatória, sem rumo.
- Detetive: Busca organizada por indícios.
- Previdente: Elaboração dedutiva e particular. Usa ferramentas como Google Drive e Evernote.
O redator deve saber que é necessário atender esses três perfis. Ferramentas de análise de tráfego são essenciais nessa missão. Uma das mais populares é o Google Analytics, que mostra de onde vêm os usuários:
- Visitas diretas: usuários que digitam o endereço do site diretamente no navegador;
- Indicações: usuários que clicam em links de outros sites que apontam para o seu;
- Motores de busca: usuários que localizam seu site em mecanismos como Google, Bing e afins.
Segundo o Serasa Experian, o Google representa 90% das buscas no Brasil. O Bing, segundo colocado, registrou pouco mais de 3%. O algoritmo do Google leva em conta 250 variáveis para decidir a relevância de uma página e montar o PageRank. Não é fácil acompanhá-lo: o algoritmo muda 2 mil vezes ao ano; destas, cerca de 500 mudanças permanecem.
2. SEO
SEO é a sigla de Search Engine Optimization (Otimização de Motores de Busca). Representa uma adequação ao site para que ele se torne visível nos mecanismos de busca. Não se trata de uma estratégia de resultado rápido. Cuidado, portanto, com promessas de que seu site aparecerá em primeiro lugar no Google.
Bons sites são os que conseguem explicar seu objetivo não apenas para os leitores, mas também para os robôs de busca. O Google possue um sistema de crawler, que navega automaticamente por sites e faz a varredura do conteúdo. Esse crowler rastreia, além do conteúdo exibido em tela, os seguintes componentes:
- Conteúdo da tag de HTML <title>;
- Conteúdo das tags meta de HTML, especialmente a descrição, <meta name=”description”>;
- Domínio (seusite.com.br) e estrutura de navegação;
- Arquivo robots.txt e XML Sitemap, que facilitam para o Google a atualização.
Alguns cuidados são importantes para tornar menos técnicas as tomadas de decisão:
- A escolha do sistema de gerenciamento de conteúdo passa por evitar “gambiarras” no código-fonte, que prejudica o posicionamento do seu site.
- Cada página do site deve haver apenas um título — especialmente as tags <title>;
- Ainda que não haja limite de toques na web, o Google só exibe 65 caracteres na busca;
- Use tags HTML que valorizem palavras e expressões — as de título, como <h1>; negrito;
- Para saber um pouco mais, comece pelo “Guia do Google para Iniciantes” para otimização.
3. Palavras-chave
Para quem lida com conteúdo, a escolha de boas palavras-chave é fundamental. Elas podem ser:
- Institucional: marca, produtos, serviços próprios.
- De mercado: termos relacionados ao negócio.
- Da concorrência: o que estão fazendo?
A aplicação deste conceito pode ser resumida nas seguintes orientações:
- As melhores são específicas e diretas. Nomes próprios e substantivos. Evite generalizações, como “clique aqui”
- Marcas: parece óbvio, mas prefira a sua. Outras não vão acrescentar valor ao seu site. O mesmo vale para nomes próprios. Quanto mais específico, melhor.
- Faça uma lista das palavras mais relevantes. Tenha em mente aquelas que utilizaria para fazer uma busca, caso o site não fosse seu.
- Avalie sites que estão melhor posicionados, verifique os principais termos abordados e as estratégias utilizadas.
- Se puder, use as palavras-chave no título e na URL. As mais importantes aparecem antes.
- Cuidado com palavras sazonais, populares apenas em alguns períodos de tempo; metáforas ou termos com mais de um significado.
- Não ignore as imagens: dê atenção a nomes de arquivos e descrições.
- Mantenha equilíbrio entre estilo de texto e uso de vocabulário pouco conhecido. Evite o excesso de palavras-chave (keyword density).
Promova seu site de maneira correta. Tome muito cuidado com artimanhas. O Google pune empresas que tentam burlar seus critérios de ranqueamento, usando por exemplo link farms e outras técnicas “milagrosas”. A melhor estratégia de link building (sites apontando para o seu) é ter bom conteúdo — ou que renda discussões, repercussões ou experiências.
4. Ferramentas
Algumas ferramentas ajudam a otimizar as palavras-chave:
- Open Site Explorer: mostra quais sites apontam para o seu.
- WooRank: avaliação geral e de palavras-chaves de uma URL. Após acessar o site, clique no item “SEO KeyWords”.
- Google Webmaster Tools: ferramenta fundamental para uma avaliação permanente de seu site.
- Google Insights: consulta de palavras no histórico de busca do Google.
- Google Adwords Keyword Tool: mostra a popularidade de cada palavra-chave usando como base os anúncios comercializados.
Webinar
O conteúdo desta matéria foi tema de uma webinar (seminário por Internet) realizada pela Tracto nesta quarta-feira (11). O evento, com inscrição gratuita, foi ministrado por André Rosa, especialista em Comunicação Online e mestrando em Comunicação. Houve 82 inscritos. Os slides estão disponíveis em PDF e também no Slideshare (abaixo).