Ao lançar o aplicativo Slingshot nesta semana, o Facebook deu mais uma demonstração de que tem seus esforços concentrados em mobile (smartphones e tablets). O aplicativo em questão serve para a troca de mensagens instantâneas. Tem um diferencial: o usuário envia a um amigo um vídeo ou imagem, que é exibido por até 15 segundos. Depois, some para sempre.
“Diferencial” é apenas força de expressão. Essa funcionalidade não foi criada pelo Facebook, mas pelo Snapchat. Foi esse aplicativo que em 2013 explodiu primeiro entre adolescentes, depois em outros perfis, e hoje já é usado até por empresas.
O que dá relevância ao lançamento não é a apropriação da ideia, e sim o fato de o Facebook ter tentado sem sucesso comprar o Snapchat por US$ 3 bilhões no ano passado. Depois que a negociação emperrou, Mark Zuckerberg concentrou esforços na bilionária aquisição do WhatsApp ao mesmo tempo em que desenvolvedores do Facebook’s Creative Labs trabalhavam em uma solução similar ao Snapchat.

Slingshot ainda não está disponível no Brasil.
Você talvez estaja pensando: “sou profissional de comunicação, e não desenvolvedor de aplicativos. Que diabos essa notícia tem a ver comigo?”.
A resposta é simples: o mundo já é mobile e será cada vez mais mobile. Quando pensar no público conectado à internet, apague da sua mente a imagem de alguém sentado diante de um computador. Prefira a cena que você certamente vê várias vezes por dia: o sujeito com o celular na mão e os olhos grudados na tela, um tanto alineado do mundo real ao seu redor.
Entre o terceiro e o quarto trimestre de 2013, aplicativos mobile tiveram crescimento de 60% em número de usuários ativos. Facebook e Twitter tiveram queda de 9% e 3%, respectivamente. Ascensão clara de uns, queda evidente de outros.
Não pense que essa realidade se aplica somente a países economicamente mais fortes. O brasileiro passa, em média, 3h36 por dia olhando para a tela de um smartphone ou de um tablet. Isso significa que despende mais tempo com mobile do que em frente ao computador (média de 1h54) ou à televisão (2h28).
Ficar atento à forma como as pessoas acessam entretenimento e informação é fator-crítico de assertividade na escolha dos canais pelos quais a marca vai se comunicar com elas.
Mais sobre o Slingshot
Por enquanto, o aplicativo está disponível somente nos Estados Unidos, tanto para iOS quanto para Android. O download custa US$ 1,99. Não é preciso ter conta no Facebook para usá-lo, mas é preciso ter um número de telefone em funcionamento ― a exemplo do que acontece com o WhatsApp.
A título de curiosidade, no dia 9 de junho, uma versão de teste do Slingshot foi acidentalmente lançada no iTunes Store. O Facebook reconheceu o erro e acabou revelando prematuramente que estava trabalhando no projeto.∞

Sobre o autor: Cassio Politi é fundador da Tracto. Implantou programas de content marketing em empresas do Brasil e em multionacionais. Autor do primeiro livro em língua portuguesa sobre content marketing, publicado em 2013, é o único sul-americano a compor o seleto júri do Content Marketing Awards. Desde 2016, é palestrante em eventos no Brasil e no Exterior, normalmente apresentando cases bem-sucedidos de seus clientes.
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