Um site criado pelo McDonald’s do Canadá recebe por dia entre 350 e 450 perguntas de internautas. Todas têm um só escopo: os alimentos que a rede de fast food serve em suas lojas.
De acordo com o Convince & Convert, o site intitulado Our Food. Your Questions. (Nossa Comida. Suas Perguntas., em português) já recebeu mais de 16 mil questões de internautas, das quais 10 mil foram respondidas. Números expressivos para um canal que foi lançado há apenas cinco meses.
A lógica é bastante simples: o internauta se conecta usando sua conta de Twitter ou Facebook, lança seu questionamento e a empresa responde. Na maior parte dos casos, as perguntas são pontiagudas e bem embasadas.
Um usuário da cidade de Saint Catharines, por exemplo, perguntou hoje por que o McDonalds usa glutamato monossódico em seus alimentos para adicionar sabor artificial. Segundo o usuário, “essa substância é viciante”.
Na resposta, a empresa esclareceu que não usa glutamato monossódico em nenhum de seus produtos. Em vez disso, usa proteína vegetal hidrolisada, muito usada na indústria alimentícia, além de outros ingredientes bastante comuns.
Objetivo
Não se trata de uma tentativa de levar às pessoas a ideia de que os alimentos do McDonald’s sejam saudáveis, contrariando a percepção coletiva. A ideia é esclarecer versões equivocadas ou mesmo exageradas que muitas vezes circulam entre as pessoas. Nos anos 80 chegou-se a alimentar a ideia de que, em seu preparo, a carne do hambúrguer era misturada a minhocas, o que é um exagero nocivo à empresa.
Nas redes sociais, a informação circula rapidamente, mas a correção também. O site no formato Q&A (perguntas e respostas) com fácil acesso foi a tática escolhida, e deu certo. Joel Yashinsky, diretor de marketing do McDonald’s canadense, explica a linha de raciocínio:
“Tivemos de usar os canais que nos pertencem para que pudéssemos conversar com os consumidores. Há tantos canais por aí que seria impossível penetrar em todos eles”.
Moral da história
O caso é emblemático para empresas que se viciam no uso de redes sociais simplesmente porque é assim que o mercado como um todo se comporta. Em content marketing, a escolha das táticas (canais e ferramentas) depende do objetivo de cada empresa, e não das práticas mais populares do mercado.
Sobre o autor: Cassio Politi é fundador da Tracto. Implantou programas de content marketing em empresas do Brasil e em multionacionais. Autor do primeiro livro em língua portuguesa sobre content marketing, publicado em 2013, é o único sul-americano a compor o seleto júri do Content Marketing Awards. Desde 2016, é palestrante em eventos no Brasil e no Exterior, normalmente apresentando cases bem-sucedidos de seus clientes.