Muitas vezes, em sua vida profissional de redator, você já deve ter se questionado se há valor naquilo que escreve. Não vou entrar aqui no mérito editorial, neste caso, estou mesmo falando de valor real e mensurável, que prove resultado do que você escreve para sua empresa. Se na vida de muito jornalista, o valor sempre foi medido em termos de credibilidade de fonte, confiabilidade de informações e uma escrita impecável, no marketing de conteúdo, além de tudo isso, esses valores passam a estar cada vez mais atrelados ao objetivo do negócio: vendas.
Isso significa: este texto é capaz de vender bem a necessidade do mercado sobre o meu produto? Defende a importância do segmento/nicho? Será que ele converte o suficiente, pois foi escrito pensando no objetivo do meu cliente, assim como suas dores e seus dilemas?
É aí que começam as principais diferenças entre o conteúdo produzido para o leitor e o conteúdo produzido para o cliente. Um bom editor sempre busca (ou inclui) alma em um texto editorial. Para meus colegas redatores que estão na transição conteúdo editorial >>>>> marketing de conteúdo, uso a mesma máxima, só que ao invés de alma, seu texto precisa ter….. Cérebro, e focado em bu$ines$$. Conteúdo bom é conteúdo que gera conversão. Para isso, você precisa resolver o problema do cliente/leitor. Precisa entender do mercado, como seu cliente/leitor sofre e como você pode ajudar.
Quando o produto é o problema
Mas, e quando o produto não resolve o problema do leitor? Pouca gente pensa nessas variáveis quando vai implantar uma área nova na empresa. Na maior parte das vezes, fica tão entusiasmado com a novidade que não consegue perceber o óbvio: toda estratégia nova irá gerar demanda, expor problemas, e mais do que isso, levantar deficiências de produto e de divulgação que, dependendo do caso, podem colocar toda a estratégia em risco. A seguir, fatalmente alguns dos principais pontos que merecem atenção ou podem colocar tudo a perder:
1 – Vai espalhar conteúdo? Quem se propõe a conversar com seu público com o objetivo de vender, precisa ter uma estratégia de divulgação nas mídias sociais. E considerar, nesta estratégia, a possibilidade de ouvir críticas e responder corretamente a elas. E: acredite, elas irão surgir. Se você não tiver um time preparado para responder, isso irá se reverter negativamente para sua marca. Bom atendimento é fundamental. Planejamento, também.
2 – Tenho produto suficiente? Se você tiver uma estratégia muito boa de marketing de conteúdo, que irá despertar interesse, preocupe-se em ter o produto no ponto de venda. Nada mais frustrante para o consumidor, do que ser impactado por um material, querer comprar o produto e não conseguir. Isso serve tanto para produto como para serviço. E facilite o acesso. Imagine um cadastro I-M-E-N-S-O. Muito e-commerce tem taxas de abandono altíssimas porque pecam no cadastramento dos usuários.
Ih, mas meu produto não é tão bom assim. Tem problemas? Ocupe-se em resolvê-los. Não há conteúdo que salve um produto ruim. Marketing de conteúdo é só uma forma nova de ajudar a vender. Se você atrai, mas não sustenta, o produto não atende a necessidade do seu cliente ele não vai voltar. Isso não irá gerar nada mais do que frustração.
Marketing de conteúdo não faz milagre. O casamento com o produto é fundamental. Mais do que isso, um bom texto, sem foco no seu mercado é só um bom texto. Exija dos seus times de marketing e vendas a estratégia que irá encorpar o seu trabalho. Se você não tiver isso, você será apenas um conteúdo editorial como qualquer outro. Se o produto não tem o que dizer, conteúdo vai ser superficial. É preciso união do time, comercial, marketing on/off e conteúdo.
Tenha uma estratégia de divulgação. Bom conteúdo é só isso. Bom conteúdo. Sem divulgação ele não ganha o mundo, não traz cliente e não convence o consumidor. Marketing tem que ajudar fazendo sua estratégia de divulgação. Isso serve para o ambiente online e off-line.
Avalie sua performance. A análise crítica do que está sendo produzido/divulgado é fundamental. Conteúdo na Internet é avaliado pela performance e ranking nos canais de busca. Ter uma estratégia de marketing de performance por trás desta produção é fundamental. Isso não significa ter ferramentas, mas um time de olho em resultados. Alguém focado EXCLUSIVAMENTE, no que funciona ou não e deveria/poderia resultar em algo melhor. Seja em SEO, de olho em Analytcs, e buscando diariamente o resultado daquilo que precisa chegar nas mãos certas.∞

Iniciou sua carreira no digital em projetos pioneiros como allTV, a TV da Internet, e Universia, primeiro portal de conteúdo universitário, do Banco Santander. Migrou das redações customizadas para a comunicação corporativa, onde se especializou no relacionamento das marcas com o universo feminino, até fundar a agência Hélice e liderar projetos de branded content do Portal Terra para marcas como Dove, Dermacyd, Avon, Hering, Lupo, entre outras, além de conteúdos especiais para Ferrari perfumes, Hello Kitty, Yamaha, Triumph, Galena e Icekiss.
Atualmente é gerente de conteúdo da Informa Exhibitions, sendo responsável pela estratégia de content marketing da divisão de feiras de negócios de Global Exhibitions no Brasil.
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