Simplicidade remete, em princípio, ao layout de um website de um órgão público. Muitas vezes, não há envolvimento da equipe de comunicação com a arquitetura da informação ou usabilidade. Sem contar que, diante dos múltiplos tamanhos de telas possíveis, esta questão é cada vez mais irrelevante. Sendo assim, vamos pensar na simplicidade do texto.
Para isso, contamos com Bruno Rodrigues, pioneiro de webwriting no Brasil. Ele é autorde uma Cartilha de Redação Web para o Departamento de Governo Eletrônico, ligado ao Ministério do Planejamento. A cartilha reconhece alguns aspectos importantes para a redação de material online: persuasão, objetividade, relevância, credibilidade e abrangência das informações.
O texto ressalta, ainda, a organização de conteúdos por meio de links (a metáfora das “camadas de cebola”) e a importância de bons títulos, que funcionam como sinalizadores. Esses dois elementos sugerem algo primordial no ambiente digital: chamar a atenção do usuário. Para que isso ocorra, sigamos a regra do manual da Secretaria de Comunicação da Presidência: evite textos absolutamente explicativos.
Seja sucinto. O texto deve ter o tamanho que merece e deve estar adequado à mídia em que é publicado. Prefira conteúdos simples, fáceis, diretos e com a menor extensão possível. A mesma postura vale para a frequência das postagens. O ditado “menos é mais” vem a calhar. Excesso de postagens representam dificuldade em gerenciar. Além do mais, qualidade é mais importante do que quantidade.
O manual do Center for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) lista alguns princípios do texto simples:
- Diga logo ao seu leitor o que a mensagem significa;
- Seja relevante, útil e interessante;
- Limite o uso de jargões ou linguagem técnica;
- Escreva na voz ativa, mantendo as frases curtas;
- Use uma linguagem amigável, com tom profissional;
- Converse com o leitor e convide-o para uma ação;
- Escolha as melhores palavras — sem ambiguidades;
- Números? apenas se eles apoiarem seu raciocínio.
Mais sobre o tema
Este artigo foi extraído do e-book "Redes Sociais em Órgãos Públicos", produzido pelos mesmos autores deste texto. O e-book está disponível para download gratuito.
Para produzir este livro digital, André Rosa e Cassio Politi estudaram 44 manuais e documentos relacionados a comunicação em órgãos públicos de oito países (Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, País Basco, Austrália, Nova Zelândia e Nigéria).
O e-book foi lançado oficialmente no dia 27 de março de 2015. As principais anotações foram compiladas nele, composto de 13 capítulos, que deram origem a esta série de artigos publicados semanalmente aqui, no site da Tracto.∞
Sobre os autores:
Crédito da imagem associada a esta matéria: Design vector designed by Freepik