Podcast é um dos canais de content marketing em alta no mercado brasileiro. Esse formato de conteúdo não é nada novo. Os primeiros ensaios surgiram em 1993 pelas mãos de Carl Malamud, um profissional de TI americano, que usou a tecnologia da época para criar uma espécie de programa de rádio online chamado Internet Talk Radio.
O podcast como conhecemos hoje só surgiria para valer mesmo em 2000, quando os blogs estavam começando a estourar. Em outubro daquele ano o franco-americano Tristan Louis, o programador e empresário americano Dave Winer e o programador Adam Curry começaram a desenhar um novo jeito de distribuir arquivos em áudio pela internet. A ideia vingaria em 2003 com o nome de RSS.
Mas o fato é que a partir de 2003 o podcast começou a ter adeptos. Naquele momento, ainda era chamado de “audioblog”. O nome “podcast” foi criado em fevereiro de 2004 pelo jornalista britânico Ben Hammersley num artigo para o jornal The Guardian. E pegou para sempre.
A história completa está no ebook que nós, da Tracto, lançamos em fevereiro de 2020 em parceria com o Spreaker, e que você pode baixar gratuitamente aqui.
Agosto de 2019: a explosão no Brasil
Desde 2004, houve uma série de ondas a favor do podcast, sempre com a expectativa de que essa mídia seria a bola da vez. No Brasil, isso de fato aconteceu a partir de agosto de 2019, como mostra o Google Trends. Você pode movimentar o cursor e notar que houve um pico de buscas pelo termo “podcast” no Brasil naquele mês.
A explosão do podcast no Brasil aconteceu por uma espécie de “tempestade perfeita” com a soma de três fatores:
- O crescimento do mobile no Brasil. Segundo a Digitalks, em 2012, apenas 40% do acesso à internet era feito por meio de um dispositivo móvel. Em 2017, saltou para 80%. Por ser justamente pelo celular que as pessoas ouvem podcast, o hábito de os brasileiros não largarem nunca seus smartphones fez do Brasil um campo fértil para que essa nova mídia pudesse estourar a qualquer momento.
- A entrada de sola do Spotify no podcast. Em outras palavras, o Spotify decidiu se transformar no “YouTube dos podcasts”. Nós mesmos tínhamos antecipado, aqui na Tracto, que o Spotify tinha esses planos lá atrás, em março de 2019. Pois bem, os planos se concretizaram e o Spotify lançou hardware, podcasts exclusivos e também em vídeo. Mas a grande conexão com o Brasil foi o fato de que o primeiro grande evento de podcasts do Spotify no mundo, o Spotify for Podcasters Summit, foi realizado em 1º e 2 de novembro de 2019 justamente em São Paulo. Prova de que o Brasil é visto com bons olhos pelo Spotify.
- A Globo decidiu entrar nos podcasts. O anúncio de seus podcasts aconteceu em agosto de 2019 com a estreia do programa O Assunto. Na esteira, vieram vários outros programas de jornalismo e entretenimento, muitas vezes brigando pela liderança de audiência em diversas categorias do Spotify e do Apple Podcasts. Por ser a principal mídia de massa do País, a Globo acabou fazendo as pessoas ficarem atentas ao podcast.
Celulares nas mãos das pessoas, Spotify facilitando o acesso e Globo divulgando podcasts para a massa: esses três fatores combinados fizeram os podcasts estourarem no Brasil em 2019.
Pois bem, agora que você conheceu um pouco da história e entendeu por que o podcast virou um fenômeno no País, vamos à parte que o post se propõe a entregar: a criação de um podcast. Extraí pequenos trechos do ebook “Como fazer um podcast: do equipamento à monetização”, criado pela Tracto em parceria com o Spreaker, que recomendo enfaticamente que você baixe porque tem um conteúdo muito mais amplo do que este que você encontra neste post.
O livro Content Marketing Masterclass foi lançado em setembro deste ano e está disponível nas versões impressa e Kindle. São 52 aulas transformadas em 52 capítulos.
Afinal, como criar um podcast?
Para criar e manter um podcast no ar com qualidade, fique atento aos itens a seguir.
#1 Projeto editorial
O passo a passo para a criação de um podcast passa necessariamente pelo aspecto editorial. Joe Pulizzi, um dos mais respeitados experts em content marketing do mundo, costuma recomendar que toda empresa ou pessoa que se proponha a lançar um canal tenha em mente uma declaração de missão editorial.
A ideia por trás da recomendação é simples: antes de tudo, saiba sobre o que você vai falar.
Para saber sobre o que você vai falar, é preciso saber com quem você vai falar. E aí entra um outro conceito interessante de outro autor de content marketing: Robert Rose, que costuma dizer que todo projeto de conteúdo começa pela existência de um público pequeno, que ele chama de MVA, iniciais de Audiência Mínima Viável em inglês.
O princípio é simples: uma vez que seu podcast tenha, por exemplo, dez ouvintes fiéis, você já tem um ponto de partida. Aqueles dez ouvintes são suficientes para validar o seu conteúdo. Mas atenção: é preciso que esses ouvintes sejam legítimos, verdadeiramente interessados em seu conteúdo. Não pode ser a sua família nem seus amigos próximos.
Em resumo, a ideia é a seguinte: o seu podcast vai começar pequeno, com um pequeno grupo que dá feedback, elogia, compartilha nas redes sociais. Alguns podcasters podem se frustrar, achando que são poucos os ouvintes ou que são sempre os mesmos que ouvem. É um engano pensar assim. Essa pequena audiência é o MVA. Essas pessoas são a amostra que vai validar o seu conteúdo. É a partir dali que o público vai crescer.
O alerta é: se você nunca formar esse MVA e ficar falando sozinho, aí, sim, você precisa repensar o seu conteúdo. Talvez não esteja bom o suficiente.
#2 Formato
Os formatos mais comuns são os seguintes:
- Solocast: é o formato individual. Você apresenta como se fosse um monólogo.
- Entrevista: o nome é autoexplicativo.
- Mesa redonda: é o bate-papo entre várias pessoas. É diferente da entrevista por não ter o formato de pergunta e resposta.
- Storytelling: a narrativa pode trazer histórias reais ou fictícias, mas necessariamente segue uma linha do tempo.
#3 Frequência
O importante é ter regularidade. Não importa se vai ser um podcast diário, semanal, quinzenal ou mensal — ele precisa respeitar um calendário. Veja a mídia tradicional como um exemplo disso. As novelas vão ao ar todos os dias no mesmo horário. Os programas de rádio e TV, idem. Por quê? Porque as empresas de mídia sabem que a previsibilidade do conteúdo causa expectativa no público.
Quando você determina uma periodicidade para o seu podcast, o efeito que você provoca é o mesmo.
A maioria dos podcasts conta com uma agenda e até horários estabelecidos para a publicação. Há uma razão para essa escolha: atender uma demanda e gerar um vínculo de hábito com o público. No final de 2017, a rádio CBN liderou uma edição relevante da Podpesquisa com uma amostra de 22,9 mil respondentes.
Conclusão: 51% dos brasileiros que ouvem podcasts o fazem todos os dias. Outros 33% ouvem de três a seis dias por semana. Mais do que isso: quando começam a ouvir um episódio, nove em cada dez não param no meio. Eles escutam até o fim, o que indica que os ouvintes não são apenas assíduos: são fiéis também.
No livro Content Inc. — traduzido para o português como Conteúdo S.A. —, Joe Pulizzi ensina pequenos empreendedores a desenvolver um programa de conteúdo para suas empresas ou até para si próprios como pessoas físicas. Um dos aspectos mais importantes do planejamento é o que ele chama de “previsibilidade do conteúdo”, que é uma premissa de content marketing. O seu podcast precisa seguir essa premissa, tendo um calendário previsível. Em outras palavras, as pessoas precisam saber quando o seu próximo episódio será publicado.
Trato da frequência de publicação neste post. Nele, mostro exemplos de diferentes podcasts, como Itaú Morning Call (diário), Café Brasil (semanal) e Escriba Cafe (ocasional). Vale a leitura.
Abordo o mesmo tema num vídeo no Canal do Podcast no YouTube, ao qual você assiste abaixo.
#4 Duração
Podcasts não têm uma duração determinada justamente porque não precisam respeitar uma grade, como acontece com programas de rádio. Ainda assim, a maioria dos podcasts procura ter uma duração-padrão, ainda que exista uma grande flexibilidade.
É comum alguns podcasters buscarem fazer um programa com, por exemplo, 1h de duração, mas nenhum episódio ter exatamente 60 minutos. Muitos vão ficar com uma margem de erro talvez de 15 minutos para cima ou para baixo — durando, portanto, entre 45 minutos e 1h15.
Segundo a já citada Podpesquisa, os ouvintes brasileiros são assíduos, com média de 2h52 por dia dedicadas a ouvir podcasts. Isso talvez explique por que 42% preferem programas com 1h a 1h30 de duração. Em segundo lugar (25%), aparecem episódios com 30 a 60 minutos. E 80% concordam que a frequência ideal é semanal. Estes dados podem servir de referência para a sua escolha.
Trato especificamente do tema duração de podcast neste post e num vídeo no Canal do Podcast, que você pode ver abaixo.
#5 Nome
Escolher o nome do podcast é como batizar um projeto ou uma empresa. Não existe fórmula que sirva para a criatividade. O máximo que este post pode fazer é ajudar a evitar problemas com a escolha. Algumas boas práticas:
- Pesquise no campo de busca do Spotify e no Apple Podcasts se o nome que você escolheu já não existe. Se for buscar pela web, o Apple Podcasts não é muito amigável. Use então o Chartable, que tem uma busca mais amigável em navegadores.
- Futuramente, você talvez vá querer ter site, contas em redes sociais e canal no YouTube para o seu podcast. Então, pesquise domínios, usuários de Instagram, Twitter e outras redes sociais e a disponibilidade de um nome no YouTube para ele. O ideal é você já registrar tudo para garantir a marca. O único que vai gerar dificuldade é o YouTube, que exige 100 inscritos para o registro do nome.
- Existe no mercado uma recomendação de não passar de 29 caracteres. Mas isso talvez seja mais uma coincidência do que uma norma. De acordo com o Pacific Content, 75% de 658,9 mil podcasts analisados têm até 29 caracteres.
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#6 Thumbnail
Você vai precisar de um thumbnail, que é aquela imagem quadrada que aparece como uma espécie de capa. Crie essa imagem com no mínimo 1.400 pixels de largura e de altura em formato JPG ou PNG. Alguns exemplos:
Como alternativa, você pode criar um thumbnail para cada episódio. Se você não definir um específico para o episódio, o thumbnail genérico do podcast vai ser o mesmo do episódio — o que não tem problema nenhum.
#7 Vinhetas e trilhas
A vinheta de abertura e as trilhas do podcast podem ser feitas com produtoras, estúdios e artistas contratados ou, então, podem ser feitas com freelancers e bancos de sons gratuitos. Tudo depende do grau de sofisticação e exclusividade que você busca.
Se você buscar mais simplicidade, pode terceirizar a produção em sites como o Fiverr. Um investimento de US$ 50,00 a US$ 100,00 — feito apenas uma vez — deve ser suficiente para você ter um bom material.
As trilhas também podem ser compradas de bancos de áudio ou até encomendadas a artistas. Mas existem as trilhas gratuitas. O próprio YouTube disponibiliza faixas instrumentais no seu canal de Biblioteca de Áudio. Você pode baixar gratuitamente as músicas.
Essa é a opção mais adequada porque você não pode usar música de artistas consagrados — a não ser que eles cedam os direitos a você ou que você pague a instituições como o ECAD. Direitos autorais sempre deixam dúvidas em podcasters. Trato desse assunto neste post específico sobre o tema e também no vídeo abaixo.
#8 Microfone e ambiente de gravação
Existem essencialmente duas preocupações com a qualidade do som: uma diz respeito ao equipamento que você vai usar para captar o áudio e a outra, ao local em que você está quando faz a gravação.
Equipamentos já foram caríssimos. Hoje, existem desde as opções caseiras até as profissionais. Fazendo uma busca por reviews na internet ou no YouTube, você vai encontrar muitas recomendações, de modo que vou simplesmente listar quatro delas com diferentes variações de custo — inclusive a que uso atualmente.
- A mais econômica: os celulares gravam com boa qualidade de áudio atualmente. Às vezes, o headphone dele dá ainda mais qualidade. Ou há até acessórios específicos de microfone. Celulares, são, sim um bom quebra-galho, especialmente para quem está começando.
- O meio-termo: usei por muitos anos o microfone C1-U da Behringer. É um microfone de mesa, que se conecta ao computador por um cabo USB. Tem boa qualidade, mas exige que você fale com a boca quase encostada nele. Por isso, é importante comprar um pedestal e a espuma. No MercadoLivre, você encontra esse modelo por preços que variam entre R$ 650,00 e R$ 800,00 (pesquisa feita em maio de 2020). Adicione uns R$ 100,00 do pedestal de mesa, uns R$ 10,00 da espuma e os custos de entrega da sua região. O kit completo deve sair por menos de R$ 1.000,00 — dependendo das ofertas que você encontrar e do custo do frete.
- A profissional: esta é a que uso hoje e não pretendo sair tão cedo. Uso atualmente o MV 88+ Video Kit da Shure. É um microfone útil porque tem qualidade profissional e, quando guardado num estojo, quase não ocupa espaço numa mochila. Uso, então, tanto para gravar em estúdio quanto para entrevistas externas, garantindo uniformidade à captação. Com um software no celular, você controla alcance, largura, compressão e outros itens que ajudam muito a dar qualidade para o áudio. Custa R$ 2.000,00 (pesquisa também em maio de 2020).
- A superprofissional: o último estágio é criar um estúdio próprio. Pouquíssimos vão fazer isso, mas tem gente que faz. Especialmente, quem leva o podcast como o core business de um departamento inteiro — ou até da própria empresa. Apenas para citar duas empresas que têm seus estúdios: a Rádio Bradesco Seguros, que tem um estúdio dentro da Agência Trunfo, e o Café Brasil — ambos em São Paulo.
Se não tiver a estrutura superprofissional, significa que você vai gravar numa sala de reunião ou mesmo em casa — no caso de home office. Neste caso, a grande preocupação é sempre com o eco.
Existem dois extremos: muita reverberação ou muita absorção, como explica David Kadooka, especialista de desenvolvimento de mercado da Shure no Brasil, que escreveu o capítulo de “Ambiente e Equipamentos” no nosso ebook com o Spreaker.
Pense primeiro num ambiente extremo de muita reverberação. Imagine uma sala toda espelhada, cheia de vidro nas paredes, com mesas de vidro e cadeiras de acrílico. Num lugar assim, vai haver soma de frequências altas e agudas. Em outras palavras, muito eco.
No outro extremo, pense agora numa sala com piso e paredes de carpete, uma mesa ao centro com uma toalha sobre ela e com poltronas de veludo. No teto, espuma de sonex (típica de estúdio). Zero de eco.
Você precisa buscar um meio termo.
No primeiro caso, da sala toda espelhada, você pode adicionar coisas como almofadas, travesseiros e sofás para que o ambiente se torne menos reflexivo.
Já na sala toda acarpetada, você pode colocar coisas refletivas, como placas de madeira, placas de mármore, espelhos e mesas de vidro.
Na vida cotidiana, é muito comum podcasters arrumarem soluções domésticas extremamente simples e que funcionam. Quando há eco no ambiente, em um quarto onde se costuma gravar, pode-se colocar um colchão na parede, abrir portas de armários ou até cobrir um móvel com um lençol. Em escritórios, é quase a mesma coisa. A simples colocação de mais cadeiras em uma sala de reunião pode resolver o problema do eco.
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#9 Gravação remota
As gravações de entrevistas ou mesas redondas são muitas vezes feitas remotamente. Existem diversas opções para essa finalidade. A mais comum delas é entrar em uma videoconferência e usar o recurso de gravação remota. Para isso, existem serviços como Zoom, Streamyard, WhereBy e muitos outros. Todos eles gravam as conversas e permitem baixar o arquivo de áudio depois.
Atenção: se você for usar um serviço desse, é altamente recomendado que você, como host do podcast, grave a sua voz no seu próprio computador. Depois, na edição, substitua os trechos da sua participação pela sua gravação direta no computador. Por uma razão simples: na gravação remota, sempre há perda de qualidade. Sim, essa edição dá trabalho, mas garante qualidade.
Se a gravação for recorrente, como um podcast feito por duas pessoas remotamente, o ideal é que cada uma grave com o seu próprio equipamento em seu próprio computador. Depois, um editor junta os dois áudios num mesmo arquivo. Aí, sim, a qualidade é muito superior.
Se você for gravar entrevista por telefone, pode usar apps pagos de voz sobre IP (VOIP). Mas cuidado: a qualidade muitas vezes não é tão boa.
Se você tiver verba suficiente para um investimento de US$ 600,00 mais impostos e custos de importação, um aparelho como o Rode Rodecaster Pro Integrated Podcast Production Studio é uma solução e tanto. Ele conecta microfones, computador e até o aparelho celular via Bluetooth, permitindo fazer um telefonema diretamente para o celular de um ou mais entrevistados. Aí, sim, você tem o equivalente a uma mesa de som em suas mãos.
#10 Edição e mixagem
Edição é o processo em que o podcast é montado. Trechos são reorganizados ou cortados e trilhas e backgrounds são inseridos. Já a mixagem consiste em ajustar o som fazendo com que:
- Os volumes de todas as pessoas que falam no podcast (apresentador, participantes, entrevistados) estejam compatíveis;
- As trilhas e os backgrounds estejam em volume compatível com os volumes das pessoas que falam;
- Eventuais ruídos e inadequações das falas das pessoas sejam tratados;
- Outros ajustes sonoros sejam reparados.
Em geral, os programas de edição fazem as duas funções de edição e mixagem. Todos operam basicamente com diferentes faixas de áudio, que reproduzem sons simultaneamente.
Existem diversos softwares usados para editar e equalizar o áudio de um podcast. Eu uso e recomendo o Audacity, mas o GarageBand também é gratuito e bem intuitivo. Tem uma desvantagem em relação ao Audacity, que é o fato de ser restrito a usuários de Mac. Por outro lado, tem vantagens, como o seu aplicativo para mobile, que funciona bem, além de ter efeitos sonoros nativos muito bons.
No ebook com o Spreaker, citamos mais algumas opções pagas ou freemium de softwares de edição e mixagem:
- Adobe Audition (da família Adobe para todos os sistemas operacionais);
- Alitu (editor web);
- Camtasia (para todos os sistemas operacionais);
- Fission (para Mac apenas);
- Hindenburg Journalist Pro (para todos os sistemas operacionais);
- Pro Tools (para todos os sistemas operacionais);
- Reaper (para todos os sistemas operacionais);
- TwistedWave (para Mac apenas);
- WaveLab 10 (para todos os sistemas operacionais);
- Pro Tools (para todos os sistemas operacionais).
Uma alternativa é fazer toda a edição em aplicativos de celular. Com o desenvolvimento da tecnologia disponível para smartphones, os recursos nos apps de edição de áudio estão cada vez mais completos. Algumas opções:
- Audio Editor Cool (Android e iOS);
- AudioLab (Android);
- Drum Pads 24 (Android e iOS);
- edjing Mix (Android e iOS);
- EZAudioCut (iOS);
- Handy Audio Editor (iOS);
- Hokusai (iOS);
- Lexis Audio Editor (Android e iOS);
- Media Converter (Android);
- MP3 Cutter (Android e iOS);
- Music Maker JAM (Android e iOS);
- Recorder Plus (iOS);
- Spreaker Studio (Android e iOS);
- Walk Band (Android);
- WavePad (Android e iOS);
- TwistedWave Audio Editor (iOS).
#11 Hospedagem e distribuição
Diferentemente de um website, em que você simplesmente sobe arquivos para um servidor, configura um domínio e, pronto, o site está no ar, podcasts requerem um processo um pouco diferente.
Nos podcasts, você primeiro sobe o arquivo de áudio para um servidor web. Uma vez que os arquivos estão online, é preciso haver uma página numa linguagem XML que indique o título, a descrição, o autor e o endereço de cada um desses arquivos. Essa página — que tem um endereço web — é o famoso RSS. É esse RSS que vai ser cadastrado em cada um dos agregadores de podcast.
E o que é o agregador? É o “tocador” de podcast. Ou seja, o Spotify, o Apple Podcasts, o Google Podcasts, o Deezer e tantos outros. É por lá que o usuário vai ouvir o podcast.
Portanto, aquela capa que você criou para o seu podcast em um arquivo quadrado e todos os arquivos de áudio que você gravou ficam hospedados juntos em determinado servidor. O arquivo que indica onde esses áudios e a imagem estão hospedados fica no RSS, que vai ser lido pelo agregador, que vai servir os ouvintes. Toda essa estrutura pode ser criada de forma manual? Sim, pode.
Ou seja, você pode simplesmente subir os arquivos MP3 que você grava no mesmo servidor onde você hospeda o seu site. Junto com esses arquivos, pode colocar um arquivo de RSS que você mesmo digita linha por linha. Depois, você pode registrar esse arquivo no Spotify, no Google Podcasts e nos demais agregadores. Vai funcionar? Vai, sim.
Acontece que isso equivale a criar um site em que você cria o código HTML digitando linha por linha, como eram feitos os sites em 1997. Hoje, com serviços como WordPress e Wix, fica muito mais fácil criar um site. A parte estrutural é feita automaticamente. Em podcasts, é a mesma coisa. Há serviços bem desenvolvidos que automatizam o processo de distribuição de um podcast.
Por trás desses programas, há sistemas engenhosos que cuidam da parte estrutural — da mesma forma como WordPress e Wix fazem com sites. Num estalar de dedos, eles se integram aos agregadores. Existem diversas plataformas que fazem esse serviço.
O Spreaker, nosso parceiro no ebook já mencionado neste post, oferece serviço de hospedagem e distribuição de podcasts em modalidades gratuita e paga. Mas é claro que o Spreaker não é a única plataforma existente no mercado. Existem outras empresas que oferecem solução de hospedagem, como Anchor, Buzzsprout, Captivate, Castos, Podbean, Podcast Websites, Soundcloud e Transitor.
Caso precise inserir manualmente o feed RSS nos agregadores, os três mais populares são Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts. O primeiro passo para a inserção nestes três agregadores se dá, respectivamente, pelas URLs abaixo:
- https://podcasters.spotify.com/submit
- https://itunesconnect.apple.com/login
- https://search.google.com/devtools/podcast/preview
Esses serviços de hospedagem serão importantes também para a mensuração de resultados, uma vez que fornecem a quantidade de downloads por programa e por período — além de outras métricas.
O livro Content Marketing Masterclass foi lançado em setembro deste ano e está disponível nas versões impressa e Kindle. São 52 aulas transformadas em 52 capítulos.
Takeaways
O desenvolvimento de um podcast se baseia em três grandes pilares: o aspecto editorial (conteúdo), as habilidades de software (edição, design e distribuição) e os aspectos técnicos (microfone e ambiente). Todos precisam caminhar juntos para que o podcast vá ao ar.∞
Este artigo foi originalmente publicado em 26 de março de 2018 e vem sendo constantemente atualizado e enriquecido desde então.