O artigo abaixo é de autoria do blog de Geoff Livingston, jornalista, consultor e autor de três livros sobre comunicação e marketing online. Foi publicado originalmente em inglês (intitulado Facebook, a Company without a Vision) e traduzido pela Tracto.∞
Facebook, uma empresa sem uma visão
O Facebook silenciosamente recuou do modelo de compartilhamento passivo duas semanas atrás, mostrando claramente um distanciamento de sua visão atual
Aos que não estão familiarizados com o termo, compartilhamento passivo era originalmente — e de forma controversa — apelidado de compartilhamento sem atrito quando a timeline foi apresentada pelo CEO, Mark Zuckerberg, um ano atrás. Aplicativos de compartilhamento sem atrito compartilham toda leitura ou visualização de um site, não importando se está no Facebook ou não.
A visão de Zuckerberg sobre todo aspecto das vidas das pessoas compartilhado com amigos incluía compartilhamento sem atrito como um componente fundamental.
Essa mesma visão foi tratada de outra forma duas semanas atrás, quando reguladores europeus fecharam um acordo com o Facebook que força a empresa a deletar dados de reconhecimento facial colhidos por câmeras de vigilância pública.
Acredita-se que o acordo vá ser um empecilho para a habilidade do Facebook de fazer dinheiro com fotos na Europa, de onde vem um terço de suas receitas, assim como impacta na política de fotos nos Estados Unidos.
Em linhas globais, percebemos que as pessoas não se sentem confortáveis com os detalhes mundanos de sua existência, desde o que leem até aquilo que seus amigos frequentemente visitam.
A resistência a um mundo de compartilhamento sem atrito reduz significativamente a probabilidade de a visão de Zuckerberg se realizar.
Sem visão, não há futuro
Com uma visão factível, é preciso saber: o que o futuro reserva para o Facebook?
O futuro não parece bom.
Se você não tiver uma visão para uma empresa e para suas ofertas, é provável que decaia.
O Facebook está experimentando um significativo declínio em seu uso por desktop. Dados de agosto da comScore americana mostram que o tempo gasto nele caiu 12%. O Business Insider revela: “As quedas no uso são mais acentuadas entre os que já foram usuários mais leais ao Facebook: os jovens”.
A única coisa que ouvimos sobre o Facebook nos dias de hoje diz respeito ao seu comprometimento com o crescimento das receitas advindas da Timeline (a plataforma central do compartilhamento sem atrito), e à importância da mobilidade. Não há um objetivo final em vista, e uma tempestade vai se formando.
Na minha opinião, é hora de Mark Zuckerberg demitir-se do cargo de CEO.
Ele deve ser elogiado pelo ótimo trabalho de levar a rede social até este ponto. Mas está muito claro que ele não pode prover à empresa uma visão que possa conduzi-la com sucesso a uma companhia aberta de sucesso.